terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sócrates, já em pré-campanha eleitoral, falou sobre salário mínimo com “irresponsabilidade”, diz Ferreira Leite

A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, manifestou-se hoje descontente com a pouca prudência revelada pelo primeiro-ministro, José Sócrates, quando garantiu que o salário mínimo nacional para 2009 iria chegar aos 450 euros.
Para a social-democrata, citada pela TSF, este anúncio "roçou o nível da irresponsabilidade".
Ferreira Leite considerou que, tendo em conta a actual crise, e sem se saber o estado do país no próximo ano, José Sócrates devia ter sido mais prudente.
Num almoço, hoje, com a Associação Comercial de Lisboa/Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, dedicado às questões económicas e orçamentais, Manuela Ferreira Leite disse mesmo que “se estivesse no lugar do primeiro-ministro, não teria feito, esse anúncio, desde já”.
“Não quer dizer que não o tentasse executar, mas não o faria em anúncio, com um ano de antecedência, porque, se há coisa que não sabemos e creio que ninguém é capaz com seriedade de o fazer é dizer como é que no próximo ano em que mundo estamos a viver, qual a situação económica e financeira do próximo ano», afirmou.
Ferreira Leite defendeu que o primeiro-ministro foi pouco responsável ao ter feito este anúncio.
“Eu não queria chamar irresponsável, mas roça muito o nível da irresponsabilidade”, considerou a líder do maior partido da oposição.
A presidente do PSD reagia às declarações de José Sócrates na entrevista conjunta à TSF e ao “Diário de Notícias”, no fim-de-semana, em que o primeiro-ministro explicou que este valor tinha sido acordado pelos parceiros sociais já em 2007.
A presidente do PSD defendeu também que "não é possível reduzir a carga fiscal sobre as empresas enquanto não se reduzir a despesa do Estado" e que para isso o Estado tem de reduzir os sectores em que está presente.
Segundo Ferreira Leite, o Estado deve manter-se nos sectores da "defesa, segurança interna, negócios estrangeiros, justiça" e "de qualquer outro sector é preciso é que o Estado saia, abrindo espaço para que a carga fiscal se reduza".
Na fase de resposta a perguntas da assistência, a responsável considerou que a questão fiscal não é "fundamental" no que respeita ao apoio do Estado às pequenas e médias empresas (PME):
- "Acho a questão da justiça muito mais importante, a desburocratização mais importante e algumas questões da lei laboral mais importantes".
- "Eu poria seguramente à cabeça o sistema de justiça. Sem um sistema de justiça célere e eficaz não vale a pena pensarmos num desenvolvimento económico muito elevado, não vale a pena pensarmos que atraímos o investimento estrangeiro desejado", defendeu.
- "A desburocratização é absolutamente essencial. Não considero fundamental a questão fiscal", acrescentou.
Fonte: in Jornal de Noticias;27-10-2008

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