O computador Magalhães chegou ao Brasil, esta segunda-feira, pelas mãos da Vivo, a maior operadora móvel brasileira, que tem a Portugal Telecom como accionista. O portátil foi entregue a 25 estudantes de uma escola básica de São Paulo.
Estes vinte cinco portáteis foram os primeiros de várias centenas de computadores Magalhães que serão entregues à Escola Estadual Ennio Voss e à Escola Anísio Teixeira, de Salvador da Bahia, no âmbito do projecto Rede de Inclusão Digital da Vivo, operadora detida pela Portugal Telecom e pela Telefónica.
O Rede Vivo de Inclusão Digital poderá ser um primeiro passo para a produção e distribuição do computador da JP Sá Couto no Brasil.
"Esperamos que muito rapidamente estejamos a falar não de centenas mas de dezenas de milhar de computadores", afirmou Roberto Lima, presidente da Vivo, em declarações prestadas à agência Lusa à margem do evento.
O responsável acrescentou que a forma como será levada a cabo a estratégia de massificação de computadores portáteis com acesso à banda larga -- incluindo os Magalhães - ainda está a ser estudada, sendo certo que deverá também passar por parcerias com empresas brasileiras de alta tecnologia, como a Positivo.
"O nosso objectivo é criar condições para que as pessoas possam se conectar, cada vez mais, a qualquer hora e em qualquer lugar", afirmou Roberto Lima durante a apresentação do projecto.
O exemplo dos programas portugueses E-Escolas e E-Escolinhas - que permite a estudantes e professores do ensino básico e secundário comprar computadores portáteis com ligação à Internet, a baixo custo - serviu de inspiração à Vivo.
"Estamos a acelerar o passo, baseados no programa muito bem sucedido em Portugal", disse o gestor, acrescentando que a Vivo quer fazer com que mesmo as crianças de zonas remotas do Norte do Brasil tenham acesso à Internet.
A cerimónia contou ainda com a presença de Mário Lino, ministro das Obras Públicas, Transportes e Telecomunicações, que se encontra no Brasil devido à Cimeira Luso Brasileira.
Dirigindo-se às crianças presentes, o ministro explicou o porquê do nome Magalhães e estabeleceu uma analogia entre os desafios que se colocavam na época do navegador quinhentista e os que agora se abrem com as novas tecnologias.
O presidente-executivo da Portugal Telecom, Zeinal Bava, esteve também presente no evento, tendo frisado o contributo de projectos como este para o alargamento do acesso ao conhecimento por parte das famílias.
"Por vezes esquecemo-nos que muitas casas não têm livros. Com certeza que ter um computador vai ajudar a que essas casas possam aceder a uma imensa biblioteca 'online'", afirmou Zeinal Bava.
Fonte: in Jornal de Noticias;27-10-2008
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